Bons e maus voos

Fonte: https://commons.wikimedia.org/

Neste post não pretendo fazer um de ranking de companhias aéreas. Para mim são todas boas desde que o avião não caia... Não ligo nenhuma à comida que oferecem, e, não é que não gostasse, mas não tenho dinheiro para voar em primeira classe ou em executiva e portanto não estou habilitada a avaliar as condições que oferecem. Não tenho tido particular atenção se a companhia é lowcost ou não, embora nesta altura, e dado os problemas que têm surgido com este tipo de companhias, seja bom ter esta situação em consideração. E quanto a perderem as malas... acontece em todo tipo de companhias, de bandeira ou lowcost. Só é preciso ter azar!
O que pretendo é chamar a atenção de alguns pontos que devem ser tidos em consideração na hora de escolher um voo. Este é um post dirigido sobretudo para as pessoas que estão agora a começar a aventurar-se na organização das suas próprias viagens.
NOTA: As simulações que indico são de 2018.

Pontos a ter em consideração

- Hora de partida: Para quem está longe do aeroporto como eu, voos muito cedo podem significar uma noite sem dormir e, dependendo das pessoas, o primeiro dia de estadia perdido. 

- Hora de chegada: É preciso verificar se à hora a que chega o voo ao destino ainda há transporte do aeroporto até à cidade. Haverá sempre táxis mas, para não apanhar surpresas, é preciso ver quanto é o custo médio da viagem (não vá ficar mais caro que o bilhete de avião...).

- Dia do voo: Caso tenhamos flexibilidade quanto à data da viagem, vale a pena procurar o voo que se quer em diferentes dias da semana. Há dias mais baratos do que outros, uma vez que as companhias não voam todos os dias para todos os destinos. Por vezes, um dia antes ou depois faz toda a diferença. 

- Aeroporto de chegada: Muita atenção a este pormenor. Cidades como Londres, Paris ou Moscovo têm vários aeroportos. As companhias lowcost têm bilhetes mais baratos mas muitas vezes operam nos aeroportos mais distantes das cidades. É preciso analisar quanto custa (tempo e dinheiro) a viagem do aeroporto até à cidade e ver se realmente compensa. Por exemplo, o Aeroporto de Beauvais (utilizado pela Ryanair) fica a quase 85 km de Paris e demora-se cerca  de uma hora e meia de Paris até lá.

- Custo final do bilhete: Para saber o custo final do voo é necessário ver se ao preço inicial não são acrescidas taxas e, MUITO IMPORTANTE, ver se já está incluída ou não mala de porão. Por vezes, levar mala de porão pode fazer crescer ao preço inicial 30 - 50 €. Sim, às vezes levar mala de porão é mais caro do que o próprio bilhete (hei-de escrever um dia sobre bagagem, por agora não é esse o tema). 

- Voos conjugados vs voos separados: a maior parte das vezes comprar voos conjugados é melhor em termos de preço e de segurança, já que se os voos forem comprados em separado estaremos complementarmente desprotegidos se houver um atraso no primeiro voo que impeça apanhar o segundo. Por outro lado, voos conjugados evitam fazer segundo check in e pegar as malas no aeroporto de ligação. Contudo é preciso simular e ver bem. Apresento aqui um exemplo.

Voo de Lisboa para a Islândia (Reiquiavique), no dia 1 de agosto:


 Agora, os mesmos voos mas comprados em separado:



É certo que, neste caso, a poupança não seria grande coisa mas noutras situações pode ser.

MAS ATENÇÃO:
No caso de optarem por comprar voos separados, vejam se o 2.º voo sai do aeroporto de chegada do primeiro. Às vezes o entusiasmo leva-nos a não ver isso. O que parece uma pechincha pode de repente transformar-se num mau negócio.

- Voos diretos vs voos com escala: Eu prefiro voos diretos, contudo, em voos muito longos, há quem prefira fazer uma paragem. Neste caso, ponderem a compra de dois voos separados. Comparem os preços das diversas opções (voo direto, voo com escala, voos separados).

- Tempo de voo: Quando se procura um voo, os motores de busca dão o tempo total de voo (inclui as ligações). Por exemplo, um voo de Santiago do Chile para Lisboa pode durar 14 horas e 55 min. e custar 657€ ou demorar 30 horas e 50 minutos e custar 395€. Apesar do preço bastante mais alto podemos ser tentados a comprar o mais caro porque sempre são menos horas de viagem. E as viagens são cansativas. Mas, analisando os voos, vemos que o mais barato (e mais demorado) faz uma escala (neste caso) em Madrid de 11 horas, o que bem aproveitadas dá para ver muita coisa. Com isto quero dizer: não descartem, à partida, um voo só porque é mais demorado. Analisem porque pode ser vantajoso. Foi assim que visitei as cataratas do Niagara. O avião chegou a Toronto às 7 e pouco da manhã e partiu daí às 23h.

MAS ATENÇÃO:
Nada servirá se a escala for noturna. Não dá para ver a cidade e, ou se gasta dinheiro num hotel (e então um voo barato torna-se caro), ou se passa a noite no aeroporto (o que asseguro não ser cómodo).

- Voo de ida e volta vs voos separados: habitualmente fica mais barato a compra de voo de ida e volta, mesmo quando a cidade de chegada não é a mesma da partida. Contudo, vale a pena pesquisar bem.

- Preço do bilhete: Depois de todos os pontos que foquei, perceberão que nem sempre o voo mais barato é o melhor. O preço não deve ser, na minha opinião, o único fator a ponderar, e por vezes, não deve ser mesmo o principal fator a ter em conta.

Nota final: Não esperem conseguir um voo que preencha todos os requisitos. Isso não existe! Além disso, por vezes, temos de ir e de vir num dia específico, o que restringe a escolha ao que há, obviamente. O importante é terem uma lista de aspetos que são importantes para vocês e ir verificando cada um deles, sempre com a perspetiva de que, às vezes, é preciso ceder nuns para ter outros.

Bons voos!

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