Viagem ao passado, sem sair do sofá

 Este é um artigo diferente de todos os outros que tenho escrito.

É uma viagem ao concelho de Odemira de há 50 anos. Não é feita por mim, mas sim por um conjunto de pessoas reais, muitas das quais conheço pessoalmente, que nasceram ou que aqui vivem há muitos anos. É uma viagem realizada por Fernando Almeida, guiada por Clarinda Trindade e narrada por Dulce Portugal Raposo. Todos professores do Agrupamento de Escolas de Odemira. Algumas entrevistas foram feitas por alunos.

Neste ano que se comemora 50 anos do 25 de abril, estes vídeos pretendem dar a conhecer como era a vida no concelho de Odemira antes de 1974.

Num tempo em que muitos pensam que sempre tivemos tudo o que temos hoje, é bom lembrar de onde viemos.

Espero que gostem e, sobretudo, que vos faça refletir.

NOTA: Apesar da série de vídeos não estar completa (estão publicados 9 dos 15 vídeos previstos), resolvi não esperar pela série completa para a divulgar. Por um lado, considero que os vídeos já publicados são de grande interesse e dão já uma boa panorâmica de como se vivia antes do 25 de abril de 1974 e, por outro lado, não sei se os restantes serão concluídos brevemente. Assim que os documentários forem sendo publicados acrescentá-los-ei ao artigo. 


Capítulo 0 - A Terra e sua gente
Neste episódio faz-se uma caracterização geral do concelho de Odemira no que respeita às suas condições naturais e ao passado recente do seu povo. Fala-se do clima, da ocupação agrícola, da fixação da população e dos fluxos migratórios.



Capítulo 1 - As casas das gentes
De acordo com o Eurostat, em 2020, 25,2% dos portugueses viviam em habitações com condições inadequadas.
Este é o episódio dedicado às condições de habitabilidade. 
Como eram as casas? Havia casa de banho? Onde se lavava a roupa? como se fazia a comida? Havia água é luz? 
Estas são algumas das perguntas que a gente de Odemira responde.



Capítulo 2 - O que se Comia
Diz a canção que uma açorda se faz: Alhos, coentros e sal / Também se faz com poejo /Esse prato que afinal /É bem do no nosso Alentejo.
O Alentejo é conhecido pela saborosa comida feita com pouco. Hoje come-se de tudo, todo o ano, mas nem sempre foi assim. Este episódio mostra o que se comia em cada família e (mais ou menos subtilmente) como a alimentação era diferente consoante as posses das famílias.



Capítulo 3 - A Saúde e a Doença
Um dos índices de referência da saúde de uma população é a taxa de mortalidade infantil ( número de crianças que morrem com menos de um ano de idade por cada 1 000 nascimento). Em 1960, em Portugal, esse número era de 77,5; em 1970 era de 55,5, e em 2022 de 2,6. Evoluímos!
Há 60 anos, o médico ia a casa dos doentes, mas nessa altura havia, no concelho de Odemira (o maior, em área, da Europa), 2 ou 3 médicos. Então, como se tratava a gente desta terra?



Capítulo 4 - O Trabalho e o Descanso
Qual era o trabalhos das pessoas? Quantas horas trabalhavam? Havia folgas e férias? e quando se estava doente, haveria algum subsídio? Este episódio foca o que faziam as pessoas nessa época.



Capítulo 5 - A Escola e a Educação
o Decreto-Lei nº 45 810 promulgar a escolaridade obrigatória para seis anos, tendo por alvo toda a população escolarizável até aos 14 anos de idade, em 1970 ainda 25,7% da população portuguesa era analfabeta. Em 2021, essa percentagem era de 3,1% (dados PORDATA). Os dados PORDATA para o concelho de Odemira são ainda mais incríveis e reveladores da assimetria do país: em 1981, 45,2% da população do concelho era analfabeta; em 2021, a percentagem é de 7,6%.
Este episódio foca como era andar na escola nos anos 40, 50 e 60 do séc. XX.

 

Capítulo 7 - O Lazer e os Tempos Livres
O concelho de Odemira é apreciado pelas suas praias, mas, no passado, nem todos os que cá moravam usufruíram delas. As oportunidades de lazer e de divertimento eram escassas e diferentes das atuais.
Neste vídeo, a gente de cá conta o que faziam.


...

Planície, Serra e Mar, num Alentejo Singular". Neste episódio vamos ao mar! Nele conta-se a vida dura dos pescadores e a abundância de peixe dessa altura.



Obrigada Fernando pela ideia e sua concretização e obrigada a todos os que tornaram este documentário possível.




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