Marraquexe com ida a Casablanca, em 4 dias e meio
A passagem de ano de 2016 para 2017 foi feita em Marraquexe. Fui com duas amigas e estivemos na cidade do dia 27 de Dezembro ao dia 1 de Janeiro.
À primeira vista, diríamos que a viagem foi de 6 dias, o que, de facto, não é verdade. Chegámos ao aeroporto já passava do meio dia, e depois de uma longa jornada. Para quem não sabe, vivo em Odemira, o que implica sair de casa cinco horas antes da hora do voo, que neste caso era às 06.55h. Então, a viagem já não era de 6 dias mas de 5 dias e meio, sabendo que à chegada estaríamos "desfeitas", depois de uma noite sem dormir!
Na volta, o voo era às 13.55h, o que implicaria sair do quarto pouco depois das 11.00h.
Resumindo, o tempo útil da viagem era de 4 dias e meio.
DICA
Quando se programa uma viagem, é fundamental perceber bem o tempo útil que se tem e as condições previsíveis em que nos encontraremos à chegada. Não vale a pena fingir que temos mais tempo do que realmente temos. Quem já não comprou viagens de sete dias que de facto são de cinco?
DICA
Quando programarem a visita a uma cidade, prevejam a possibilidade de visitar algo em redor e preparem essa visita. Vão poupar discussões e tempo.
Sabíamos as várias formas de ir do aeroporto de Marraquexe para a cidade. Mas tínhamos reservado um riad na medina e percebemos, pelas pesquisas que fizemos e pelo que conhecemos de outras medinas, que nem sempre é fácil encontrar uma morada no emaranhado de ruas e ruelas. Por isso, optámos por contratar o serviço de transfere do riad, que não sendo a forma mais barata de chegar à cidade, confirmámos ser a melhor opção.
DICA
Concretamente em Marraquexe, se optarem por um alojamento na medina, aconselho a reservarem um que tenha serviço de transfere e a contratá-lo. Os transportes (autocarro e táxis) não transitam nas ruas estreitas desta parte da cidade e dificilmente descobrirão o alojamento no emaranhado de ruelas.
Íamos fazer a passagem de ano em Marrocos, um país muçulmano, onde é previsível não ser fácil encontrar bebidas alcoólicas. E quem não gosta de beber algo na entrada de um novo ano? Em Marraquexe há restaurantes que vendem bebidas alcoólicas mas nós, apesar de gostarmos de beber um vinho à refeição ou uma cerveja à noite, não fazemos tanta questão que perdêssemos tempo à procura desses restaurantes. Então, resolvemos que não procuraríamos mas que iríamos prevenidas LOL.
DICA
Estude o seu destino e leve na mala de porão aquilo que gostaria de ter e que não vai encontrar lá. No nosso caso levamos normalmente pacotes de café instantâneo para matar saudades da bica. No caso concreto de Marraquexe, e aproveitando o facto do voo incluir malas de porão, levámos também.... latas de cerveja e uns aperitivos! LOL.
As tradições relacionadas com a passagem de ano variam de país para país, e mesmo em cada país, de cidade para cidade. Já estive em sítios onde não há nenhum tradição de festejo de rua. Já fui a cidades onde cada um tem o seu fogo de artifício, outras onde incrivelmente a maioria dos restaurantes fecha e ainda outras onde a tradição é comer uvas (não passas mas uvas frescas). Não sabíamos como seria em Marraquexe (nenhum dos sítios onde pesquisámos fazia referência) mas fomos prevenidas, claro está.
DICA
Se a intenção é fazer a passagem de ano e gostam de fazer os tradicionais pedidos de Ano Novo, levem as passas de uva. Já fiz a passagem de ano 7 ou 8 vezes fora de Portugal e francamente não me lembro de em alguma das vezes haver passas de uva... (pode ter sido azar). Além disso, prevejam como farão o vosso jantar de fim de ano e caso queiram fazê-lo num restaurante especial, façam a reserva antecipadamente (ou antes de irem ou procurem restaurante quando chegarem ao destino).
Feito este preâmbulo, focarei os principais locais que visitámos, sem, contudo, fazer uma descrição de todo o nosso percurso, e não sem antes referir que trocámos o dinheiro em Marraquexe, numa casa de câmbio na Praça de Jemaa el- Fna e fizemos todas as refeições em restaurantes locais.
1.º DIA - tarde
Terminado o almoço, restava-nos apenas parte da tarde, que aproveitámos para andar pela Praça Jemaa el-Fna e pela Mesquita Koutoubia, bem como pelo souk (mercado).
A Praça Jemaa el-Fna é o ponto de partida e de chegada. Como para ir para o nosso alojamento passávamos pela praça, parámos muitas vezes, ora simplesmente para ver o movimento, ora para ver os aguadeiros, as acrobacias e outras habilidades de quem lá está para ganhar qualquer coisa com os turistas, ora para dar uma espreitadela aos animais com que os turistas mais incautos tiram fotografias não sabendo que a seguir lhes será cobrada a pose.
Na praça são típicas todas estas coisas e as bancas de sumos. Experimentem que são bons. Também típicas são as bancas de caracóis. Mais propriamente caracoletas, feitas de uma forma diferente de cá. Levam uma especiaria, talvez cominhos. Se não têm receio de coisas diferentes, provem, mas sem elevar as expetativas.
A 5 minutos a pé da Praça Jemaa el-Fna, fica a Mesquita Koutoubia. Não permitem a entrada a não muçulmanos, por isso ficámo-nos pelo exterior e pelo jardim.
Inevitavelmente, o dia terminou perdidas pelo souk que envolve a Praça Jemaa el-Fna.
FOTOS DO DIA
2.º DIA
Neste dia fomos comprar os bilhetes de comboio para Casablanca. Ficaríamos assim a saber onde é a estação de comboios, quanto tempo demoraríamos a lá chegar e se seria necessário ir de táxi no dia seguinte, quando fossemos apanhar o comboio. Fomos a pé. No caminho entrámos em dois espaços dedicados ao artesanato e aos artesãos marroquinos e visitámos o Jardim das Artes, que foi construído por ocasião da Cimeira do Clima (COP22), realizada em 2016, e onde estão expostas obras de vários artistas, e o Teatro Real, que fica junto à gare dos comboios (a visita foi guiada e os bilhetes comparados na altura). Continuámos, percorrendo as ruas desta zona da cidade (Gueliz), a mais moderna, e foi por aqui que almoçámos, desta vez num local menos tradicional.
Sempre a pé continuámos até ao Jardim Majorelle, criado pelo pintor Jacques Majorelle e que, durante muitos anos, esteve ao abandono, até ter sido recuperado pelo estilista Yves Saint Laurent. Vale a pena visitar este jardim.
Ao fim da tarde estávamos de volta mas desta feita apanhámos um transporte local (autocarro), que as pernas já estavam cansadas.
Quando chegámos à Praça Jemaa el-Fna havia uma multidão. O que se estaria a passar?
O rei marroquino tinha resolvido visitar a cidade sabendo da nossa presença...
Nesta noite jantámos num dos restaurantes dos arredores da praça.
FOTOS DO DIA
3.º DIA
Este dia foi dedicado à ida a Casablanca. Fomos a pé até à estação. Apanhámos o comboio conforme o previsto e iniciámos a viagem. Quando chegámos a Casablanca (a viagem demora um pouco mais de 3 horas), apanhámos um táxi que nos deixou nas proximidades da Mesquita Hassan II. As visitas guiadas à mesquita apenas ocorreriam à tarde, pelo que almoçámos próximo.
Não se fiquem por ver a Mesquita Hassan II por fora, porque por dentro ainda é mais grandiosa. Vale muito a visita.
A meio da tarde, saímos da mesquita e caminhámos a pé até ao centro da cidade. Apesar de termos preparado a ida a Casablanca e termos anotado os principais pontos a visitar, andámos quase sempre mais ou menos perdidas. Tirando a mesquita, não achei a cidade muito apelativa. Contudo, voltaria a ir a Casablanca, pela mesquita.
Quando chegámos a uma parte mais movimentada estava a cair a noite e apanhámos um transporte público para chegar à gare dos comboios (o bilhete do autocarro não foi fácil de comprar, valeu-nos a ajuda de um local). Jantámos já perto da gare e embarcámos.
Chegámos a Marraquexe já passava da meia noite. Fomos de táxi até ao centro da cidade.
FOTOS DO DIA
4.º DIA
O primeiro destino do dia foi o Jardim Menara, um jardim de oliveiras, que tem o sistema de rega e o pequeno palácio construído junto ao lago como atrativos. Começámos por ir a pé. Depois das muralhas, andámos, andámos e andámos, mas quando percebemos que era mais longe do que o previsto, apanhámos um autocarro local e lá fomos nós. O jardim não me entusiasmou muito. A culpa talvez seja da minha falta de sensibilidade... ou de termos andado demais...
Voltámos também de autocarro. A seguir era tempo de passar pela Mesquita de Kasbah e de irmos aos Túmulos Saadianos, um mausoléu coletivo onde estão sepultados cerca de 60 sultões. Vale a pena a vista.
O almoço foi no terraço de um restaurante perto dos túmulos. Com sol. Muito agradável.
Da parte da tarde foi a vez de irmos ao Palácio El Badi e ao Palácio de Bahia, não sem antes de passar pela Praça de Ferblantiers. Também valem a visita. A encerrar o dia, não podíamos deixar de entrar numa farmácia tradicional e mais bancas e lojinhas tradicionais. Não é possível escapar.
Jantámos num dos restaurantes com terraço para a praça Jemaa el- Fna.
5.º DIA
O último dia (útil) em Marraquexe foi aproveitado para visitar a Madraça Ben Youssef e Koubba Almorvide, um edifício do século XII, que foi usado, entre outras coisas, como lagoa para a lavagem dos fiéis e que fazia parte de um sofisticado sistema de gestão da água. Além disso, ainda passámos pela fonte Mouassine e pela mesquita com o mesmo nome.
Embora Marraquexe não seja conhecida pela indústria de curtumes, sabíamos da existência também aqui dessa atividade. Não sabíamos muito bem como lá chegar mas tínhamos uma ideia para que lado da cidade ficavam esta "fábricas" de couros. Começámos a caminhar nessa direção e rapidamente percebemos que estávamos no lugar certo, uma vez que nos começámos a cruzar com estrangeiros de hortelã no nariz. Tinham passado dois ou três minutos e já vinha um rapaz ao nosso encontro. Perguntava se queríamos ver como se faz o tratamento das peles. Aceitámos a visita guiada que, no dizer do guia, era sem custos...
Foi-nos dado um ramos de hortelã, de modo a disfarçar o cheiro (absolutamente horrível apesar da "fábrica" ser pequena). Feita a visita, o guia levou-nos a uma loja de objetos de pele. Logo vi que era sorte a mais a visita não ter custos... enfim, faz parte!
O mais interessante veio depois.
Fizemos as nossas compras e quando íamos a sair da loja, e contra todas as nossas expetativas, o guia estava à nossa espera. Queria o pagamento!
Dissemos-lhe que tínhamos feito compras na loja e que não pagávamos mais nada, tanto mais que nos tinha dito que a visita era gratuita. Respondeu-nos que não recebia comissão da loja. Dissemos-lhe que pedisse!
Bom, o bate boca continuou e a insistência tornou-se incomodativa, até porque não aceitava qualquer donativo. Queria, o que nos pareceu, um absurdo de dinheiro para a meia hora que tinha estado connosco. Foi então que dissemos a palavra mágica: polícia! e começámos a andar em passo apressado. Quando, passadas algumas dezenas de metros, olhámos para trás, não havia vestígios do rapaz. A ameaça tinha surtido efeito.
Depois deste episódio, era hora de almoçar. Já estávamos no souk e foi aí que vimos umas bancas com comida. Uma chamou-nos particular atenção. Assavam borregos num enorme buraco. Era aqui. Uma das amigas comprou noutra banca um prato de carne com grão e eu e outra das amigas o dito borrego. Comemos numa mesa corrida, onde só estava gente local. Aqui, estrangeiros, só nós. Esta era a verdadeira comida marroquina, e o sítio onde os marroquinos comem. Foi o melhor almoço.
Da parte da tarde ainda fomos a uma exposição e claro, muita rua!
Jantámos num restaurante próximo da Praça Jemaa el-Fna. Um jantar normal. A comemoração da transição de ano foi feita mais tarde. Apesar do aglomerado de pessoas na praça, não houve festejos especiais a assinalar a data.
FOTOS DO DIA
Conclusão
Se a ideia é fazer a Passagem de Ano e gostam de animação de rua, talvez Marraquexe não seja o melhor destino, a não ser que comprem programa. Há hotéis que o têm certamente. Para nós, a Passagem de Ano foi apenas um pretexto e, sendo assim, não viemos desiludidas.
Andámos à vontade, sem sentir insegurança. O episódio menos confortável que contei ficou rapidamente resolvido.
Se forem a Marraquexe, deixo o conselho de não preencherem demasiado os dias com visitas e atividades. Estamos sempre a ser bombardeados por vendedores, pequenas e grandes lojas, acrobacias e malabarismos, artesanato e bugigangas. Mesmo que não se compre, dá, pelo menos, vontade de ver. À conta disto, qualquer percurso a pé demora o dobro que demoraria noutro lado qualquer. Faz parte do encanto de Marraquexe.
Não se esqueçam de regatear!
Na volta, o voo era às 13.55h, o que implicaria sair do quarto pouco depois das 11.00h.
Resumindo, o tempo útil da viagem era de 4 dias e meio.
DICA
Quando se programa uma viagem, é fundamental perceber bem o tempo útil que se tem e as condições previsíveis em que nos encontraremos à chegada. Não vale a pena fingir que temos mais tempo do que realmente temos. Quem já não comprou viagens de sete dias que de facto são de cinco?
Considerando o tempo útil que tínhamos, decidimos que não faríamos o passeio ao deserto. Em relação às cascatas de Ouzoud, e depois de vermos muitas fotografias e de perguntarmos a quem já lá tinha ido, pensámos que, depois de ver as Cataratas de Iguçu (uma das amigas já visitou), e de ter a intenção de em breve irmos às de Niagara (como fomos aqui), não valeria a pena. Sobrou então a possibilidade de irmos a Casablanca ou a Essaouira. Escolhemos Casablanca, isto se houvesse tempo. Só perceberíamos se tínhamos ou não tempo para ir a Casablanca quando estivéssemos em Marraquexe, mas, apesar disso, pesquisámos antecipadamente a melhor forma de ir. Concluímos que seria de comboio. Tínhamos os horários dos comboios (aqui), sabíamos o tempo de viagem, a paragem em que devíamos ficar (Casa Port), o que fazer quando chegássemos a Casablanca e o que visitar aí.
DICA
Sabíamos as várias formas de ir do aeroporto de Marraquexe para a cidade. Mas tínhamos reservado um riad na medina e percebemos, pelas pesquisas que fizemos e pelo que conhecemos de outras medinas, que nem sempre é fácil encontrar uma morada no emaranhado de ruas e ruelas. Por isso, optámos por contratar o serviço de transfere do riad, que não sendo a forma mais barata de chegar à cidade, confirmámos ser a melhor opção.
DICA
Concretamente em Marraquexe, se optarem por um alojamento na medina, aconselho a reservarem um que tenha serviço de transfere e a contratá-lo. Os transportes (autocarro e táxis) não transitam nas ruas estreitas desta parte da cidade e dificilmente descobrirão o alojamento no emaranhado de ruelas.
Íamos fazer a passagem de ano em Marrocos, um país muçulmano, onde é previsível não ser fácil encontrar bebidas alcoólicas. E quem não gosta de beber algo na entrada de um novo ano? Em Marraquexe há restaurantes que vendem bebidas alcoólicas mas nós, apesar de gostarmos de beber um vinho à refeição ou uma cerveja à noite, não fazemos tanta questão que perdêssemos tempo à procura desses restaurantes. Então, resolvemos que não procuraríamos mas que iríamos prevenidas LOL.
DICA
Estude o seu destino e leve na mala de porão aquilo que gostaria de ter e que não vai encontrar lá. No nosso caso levamos normalmente pacotes de café instantâneo para matar saudades da bica. No caso concreto de Marraquexe, e aproveitando o facto do voo incluir malas de porão, levámos também.... latas de cerveja e uns aperitivos! LOL.
As tradições relacionadas com a passagem de ano variam de país para país, e mesmo em cada país, de cidade para cidade. Já estive em sítios onde não há nenhum tradição de festejo de rua. Já fui a cidades onde cada um tem o seu fogo de artifício, outras onde incrivelmente a maioria dos restaurantes fecha e ainda outras onde a tradição é comer uvas (não passas mas uvas frescas). Não sabíamos como seria em Marraquexe (nenhum dos sítios onde pesquisámos fazia referência) mas fomos prevenidas, claro está.
DICA
Se a intenção é fazer a passagem de ano e gostam de fazer os tradicionais pedidos de Ano Novo, levem as passas de uva. Já fiz a passagem de ano 7 ou 8 vezes fora de Portugal e francamente não me lembro de em alguma das vezes haver passas de uva... (pode ter sido azar). Além disso, prevejam como farão o vosso jantar de fim de ano e caso queiram fazê-lo num restaurante especial, façam a reserva antecipadamente (ou antes de irem ou procurem restaurante quando chegarem ao destino).
Feito este preâmbulo, focarei os principais locais que visitámos, sem, contudo, fazer uma descrição de todo o nosso percurso, e não sem antes referir que trocámos o dinheiro em Marraquexe, numa casa de câmbio na Praça de Jemaa el- Fna e fizemos todas as refeições em restaurantes locais.
1.º DIA - tarde
Terminado o almoço, restava-nos apenas parte da tarde, que aproveitámos para andar pela Praça Jemaa el-Fna e pela Mesquita Koutoubia, bem como pelo souk (mercado).
A Praça Jemaa el-Fna é o ponto de partida e de chegada. Como para ir para o nosso alojamento passávamos pela praça, parámos muitas vezes, ora simplesmente para ver o movimento, ora para ver os aguadeiros, as acrobacias e outras habilidades de quem lá está para ganhar qualquer coisa com os turistas, ora para dar uma espreitadela aos animais com que os turistas mais incautos tiram fotografias não sabendo que a seguir lhes será cobrada a pose.
Na praça são típicas todas estas coisas e as bancas de sumos. Experimentem que são bons. Também típicas são as bancas de caracóis. Mais propriamente caracoletas, feitas de uma forma diferente de cá. Levam uma especiaria, talvez cominhos. Se não têm receio de coisas diferentes, provem, mas sem elevar as expetativas.
A 5 minutos a pé da Praça Jemaa el-Fna, fica a Mesquita Koutoubia. Não permitem a entrada a não muçulmanos, por isso ficámo-nos pelo exterior e pelo jardim.
Inevitavelmente, o dia terminou perdidas pelo souk que envolve a Praça Jemaa el-Fna.
FOTOS DO DIA
Quase a chegar |
As ruelas na medina têm todas as condições para nos perdermos. |
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Mesquita Koutoubia. |
Mesquita Koutoubia |
Minarete da Mesquita Koutoubia. Há uma história sobre as 4 esferas (normalmente são 3). |
Ao lado da mesquita fica o jardim. |
Jardim da Mesquita Koutoubia |
O rebuliço da Praça Jemaa el- Fna |
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Primeiro foi o sumo, a seguir provei os caracois. |
Souk |
Souk |
2.º DIA
Neste dia fomos comprar os bilhetes de comboio para Casablanca. Ficaríamos assim a saber onde é a estação de comboios, quanto tempo demoraríamos a lá chegar e se seria necessário ir de táxi no dia seguinte, quando fossemos apanhar o comboio. Fomos a pé. No caminho entrámos em dois espaços dedicados ao artesanato e aos artesãos marroquinos e visitámos o Jardim das Artes, que foi construído por ocasião da Cimeira do Clima (COP22), realizada em 2016, e onde estão expostas obras de vários artistas, e o Teatro Real, que fica junto à gare dos comboios (a visita foi guiada e os bilhetes comparados na altura). Continuámos, percorrendo as ruas desta zona da cidade (Gueliz), a mais moderna, e foi por aqui que almoçámos, desta vez num local menos tradicional.
Sempre a pé continuámos até ao Jardim Majorelle, criado pelo pintor Jacques Majorelle e que, durante muitos anos, esteve ao abandono, até ter sido recuperado pelo estilista Yves Saint Laurent. Vale a pena visitar este jardim.
Ao fim da tarde estávamos de volta mas desta feita apanhámos um transporte local (autocarro), que as pernas já estavam cansadas.
Quando chegámos à Praça Jemaa el-Fna havia uma multidão. O que se estaria a passar?
O rei marroquino tinha resolvido visitar a cidade sabendo da nossa presença...
Nesta noite jantámos num dos restaurantes dos arredores da praça.
FOTOS DO DIA
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À saída de "casa" já a mercearia e a padaria estão abertas. |
Mas as restantes lojas ainda permanecem fechadas |
A praça começa a fervilhar |
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Teatro Real |
Interior do Teatro Real |
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Algumas das obras no Jardim das Artes |
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No jardim Majorelle reinam os cactos. |
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As cores das bancas do souk puxam por nós! |
Comida local, em restaurante local. |
3.º DIA
Este dia foi dedicado à ida a Casablanca. Fomos a pé até à estação. Apanhámos o comboio conforme o previsto e iniciámos a viagem. Quando chegámos a Casablanca (a viagem demora um pouco mais de 3 horas), apanhámos um táxi que nos deixou nas proximidades da Mesquita Hassan II. As visitas guiadas à mesquita apenas ocorreriam à tarde, pelo que almoçámos próximo.
Não se fiquem por ver a Mesquita Hassan II por fora, porque por dentro ainda é mais grandiosa. Vale muito a visita.
A meio da tarde, saímos da mesquita e caminhámos a pé até ao centro da cidade. Apesar de termos preparado a ida a Casablanca e termos anotado os principais pontos a visitar, andámos quase sempre mais ou menos perdidas. Tirando a mesquita, não achei a cidade muito apelativa. Contudo, voltaria a ir a Casablanca, pela mesquita.
Quando chegámos a uma parte mais movimentada estava a cair a noite e apanhámos um transporte público para chegar à gare dos comboios (o bilhete do autocarro não foi fácil de comprar, valeu-nos a ajuda de um local). Jantámos já perto da gare e embarcámos.
Chegámos a Marraquexe já passava da meia noite. Fomos de táxi até ao centro da cidade.
FOTOS DO DIA
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Gare de Marraquexe |
Mesquita Hassan II - Casablanca |
Mesquita Hassan II - Casablanca |
Mesquita Hassan II - Casablanca |
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Mesquita Hassan II - Casablanca |
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Mesquita Hassan II - Casablanca |
Mesquita Hassan II - Casablanca |
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Ruas de Casablanca |
Casablanca |
4.º DIA
O primeiro destino do dia foi o Jardim Menara, um jardim de oliveiras, que tem o sistema de rega e o pequeno palácio construído junto ao lago como atrativos. Começámos por ir a pé. Depois das muralhas, andámos, andámos e andámos, mas quando percebemos que era mais longe do que o previsto, apanhámos um autocarro local e lá fomos nós. O jardim não me entusiasmou muito. A culpa talvez seja da minha falta de sensibilidade... ou de termos andado demais...
Voltámos também de autocarro. A seguir era tempo de passar pela Mesquita de Kasbah e de irmos aos Túmulos Saadianos, um mausoléu coletivo onde estão sepultados cerca de 60 sultões. Vale a pena a vista.
O almoço foi no terraço de um restaurante perto dos túmulos. Com sol. Muito agradável.
Da parte da tarde foi a vez de irmos ao Palácio El Badi e ao Palácio de Bahia, não sem antes de passar pela Praça de Ferblantiers. Também valem a visita. A encerrar o dia, não podíamos deixar de entrar numa farmácia tradicional e mais bancas e lojinhas tradicionais. Não é possível escapar.
Jantámos num dos restaurantes com terraço para a praça Jemaa el- Fna.
FOTOS DO DIA
Muralhas de Marraquexe. |
Jardim Menara. Vimos muitas crianças em visita de estudo. |
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Jardim Menara |
Jardim Menara |
Mesquita de Kasbah |
Túmulos Saadianos |
Túmulos Saadianos |
Túmulos Saadianos |
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Palácio de Bahia |
Palácio de Bahia |
Praça de Ferblantiers |
Palácio de Bahia |
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Azulejos do Palácio de Bahia |
Farmácia tradicional |
Isto é que é uma sopa consistente! |
Vista do jantar. |
5.º DIA
O último dia (útil) em Marraquexe foi aproveitado para visitar a Madraça Ben Youssef e Koubba Almorvide, um edifício do século XII, que foi usado, entre outras coisas, como lagoa para a lavagem dos fiéis e que fazia parte de um sofisticado sistema de gestão da água. Além disso, ainda passámos pela fonte Mouassine e pela mesquita com o mesmo nome.
Embora Marraquexe não seja conhecida pela indústria de curtumes, sabíamos da existência também aqui dessa atividade. Não sabíamos muito bem como lá chegar mas tínhamos uma ideia para que lado da cidade ficavam esta "fábricas" de couros. Começámos a caminhar nessa direção e rapidamente percebemos que estávamos no lugar certo, uma vez que nos começámos a cruzar com estrangeiros de hortelã no nariz. Tinham passado dois ou três minutos e já vinha um rapaz ao nosso encontro. Perguntava se queríamos ver como se faz o tratamento das peles. Aceitámos a visita guiada que, no dizer do guia, era sem custos...
Foi-nos dado um ramos de hortelã, de modo a disfarçar o cheiro (absolutamente horrível apesar da "fábrica" ser pequena). Feita a visita, o guia levou-nos a uma loja de objetos de pele. Logo vi que era sorte a mais a visita não ter custos... enfim, faz parte!
O mais interessante veio depois.
Fizemos as nossas compras e quando íamos a sair da loja, e contra todas as nossas expetativas, o guia estava à nossa espera. Queria o pagamento!
Dissemos-lhe que tínhamos feito compras na loja e que não pagávamos mais nada, tanto mais que nos tinha dito que a visita era gratuita. Respondeu-nos que não recebia comissão da loja. Dissemos-lhe que pedisse!
Bom, o bate boca continuou e a insistência tornou-se incomodativa, até porque não aceitava qualquer donativo. Queria, o que nos pareceu, um absurdo de dinheiro para a meia hora que tinha estado connosco. Foi então que dissemos a palavra mágica: polícia! e começámos a andar em passo apressado. Quando, passadas algumas dezenas de metros, olhámos para trás, não havia vestígios do rapaz. A ameaça tinha surtido efeito.
Depois deste episódio, era hora de almoçar. Já estávamos no souk e foi aí que vimos umas bancas com comida. Uma chamou-nos particular atenção. Assavam borregos num enorme buraco. Era aqui. Uma das amigas comprou noutra banca um prato de carne com grão e eu e outra das amigas o dito borrego. Comemos numa mesa corrida, onde só estava gente local. Aqui, estrangeiros, só nós. Esta era a verdadeira comida marroquina, e o sítio onde os marroquinos comem. Foi o melhor almoço.
Da parte da tarde ainda fomos a uma exposição e claro, muita rua!
Jantámos num restaurante próximo da Praça Jemaa el-Fna. Um jantar normal. A comemoração da transição de ano foi feita mais tarde. Apesar do aglomerado de pessoas na praça, não houve festejos especiais a assinalar a data.
FOTOS DO DIA
Madraça Ben Youssef |
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Madraça Ben Youssef |
Madraça Ben Youssef |
Madraça Ben Youssef |
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Os típicos azulejos |
Curtumes |
Curtumes |
O borrego assado que seria o meu almoço. |
O borrego é assado nestes buracos |
Almoço |
Exposição que visitámos |
Rua, rua, rua! |
Jantar. |
Conclusão
Se a ideia é fazer a Passagem de Ano e gostam de animação de rua, talvez Marraquexe não seja o melhor destino, a não ser que comprem programa. Há hotéis que o têm certamente. Para nós, a Passagem de Ano foi apenas um pretexto e, sendo assim, não viemos desiludidas.
Andámos à vontade, sem sentir insegurança. O episódio menos confortável que contei ficou rapidamente resolvido.
Se forem a Marraquexe, deixo o conselho de não preencherem demasiado os dias com visitas e atividades. Estamos sempre a ser bombardeados por vendedores, pequenas e grandes lojas, acrobacias e malabarismos, artesanato e bugigangas. Mesmo que não se compre, dá, pelo menos, vontade de ver. À conta disto, qualquer percurso a pé demora o dobro que demoraria noutro lado qualquer. Faz parte do encanto de Marraquexe.
Não se esqueçam de regatear!
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