Viajar em tempo de pandemia - escolha de destinos

Para além da satisfação pessoal e da esperança de poder ajudar alguém que me lê, não tiro do blogue qualquer proveito, monetário ou outro. Escrevo quando me apetece e me dá prazer. E desde Março que esse prazer desapareceu. Talvez porque tudo foi atípico e incerto desde aí. O destino de férias para este ano estava traçado desde o ano passado (partilhei o "pré-programa" aqui), mas no início Abril percebi que esta viagem não seria possível. Mais grave, percebi que não valaria a pena fazer novos planos. Por isso não os fiz. Desliguei do blogue e das páginas de viagens que seguia no Facebook. Todas. Foi uma espécie de luto. Em Junho nasceu novamente a esperança de poder sair de casa, não para o destino sonhado mas ainda assim sair. Nesta altura ficou claro que não iria para um local menos seguro do que a região onde vivo, nem para um lugar onde a evolução da pandemia estivesse muito incerto. Era um risco que não queria correr. O mundo ficou então restringido à Europa e mesmo assim não toda. Dadas as circunstâncias, das 2 ou 3 amigas que costumam viajar comigo, este ano apenas uma poderia acompanhar-me. Este facto restringiu ainda mais o leque de destinos, já que seria uma maldade ir a locais sonhados pelas amigas que não podiam viajar. Nesta altura, começaram a ser veiculados os números da recessão económica. Tornou-se evidente que a minha viagem de este ano teria de ser em Portugal, por um lado por uma questão de consciência social e por outro para assegurar que o regresso seria feito na data programada, qualquer que fosse a evolução da pandemia.
Agora era preciso escolher, em Portugal, o destino.
Na televisão não faltavam reportagens de praias fluviais para onde ocorriam multidões. Sendo Agosto o mês de férias por excelência, pensei que viajar em Portugal continental teria de acontecer em Julho. Tirei, assim, 6 dias nesse mês para o fazer. A escolha recaiu sobre o Minho, região onde não ia há muitos anos e sabia ter muito por conhecer ou rever. Fui sem nada programado e sem um roteiro muito definido.




Mas se não andasse de avião, as minhas férias não me saberiam totalmente a férias (cada maluco com a sua mania), então resolvi ir 10 dias para os Açores. Programei tudo com uma semana de antecedência e em apenas 2 dias. Em breve escreverei sobre o assunto.


Dicas para quem quer viajar em tempo de pandemia

1.º Reflita se vale mesmo a pena viajar para locais onde a situação pandémica está pior do que no local onde vive.
2.º Lembre-se que a evolução da pandemia é incerta e que o governo não se responsabiliza por trazer de volta portugueses que se encontrem em férias. Assegure-se que conseguirá voltar para casa pelos seus próprios meios.
3.º Veja as rotas que mais dificilmente serão suspensas em caso de agravamento da pandemia.
4.º Inteire-se dos procedimentos exigidos ou restrições em cada destino no que respeita ao COVID-19.
5.º Esteja atento aos destinos mais em voga/na moda nesta altura e evite-os.
6.º Estude a possibilidade de aproveitar estes tempos para fazer uma viagem numa modalidade diferente das que habitualmente faz.
7.º De entre os destinos possíveis, selecione o que ainda não conhece ou aquele que conhecendo lhe traga mais saudades ou que tem noção que conhece pior.
8.º Lembre-se que em tempo de pandemia pode haver condicionalismos em vários destinos. Por isso escolha um que lhe seja mais acessível e mais previsível. Poderá assim programar a viagem mais em cima da hora e diminuirá a frustação se não conseguir fazer tudo o que pensou fazer.
9.º Aproveite para fazer viagens em território português e assim ajudar a economia nacional.
10.º Não corra riscos, tome todas as medidas de prevenção possíveis mas não viaje tolhido com medo. Se acha que isso não vai ser possível, equacione poupar dinheiro este ano e comece a planear uma viagem mais ambiciosa (pode ver aqui como faço).

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