Viagens com "pedras" - parte 5: As "pedras" que (ainda) não vi

De todas as formações rochosas que conheço, as que mais gosto são as que ainda não vi!

Sonho com o dia que porei os olhos nelas. Algumas sei que, mais cedo ou mais tarde as verei, outras não tenho tanta certeza. A vida é curta e o mundo é grande.

Tenho urgência em escrever este artigo porque todas as semanas me aparecem mais e mais. Isto é uma inquietude...

A "pedrinha" que quero ver há mais tempo chama-se Calçada de Gigante e fica na Irlanda do Norte. Conheço-a desde pequena, dos manuais da escola e está na categoria de viagens "é aqui perto, vou lá num fim de semana comprido". Mas, o tal fim de semana nunca mais aparece.... 

Eu sei que em Portugal (continental e Madeira) também há formações destas, mas não são desta dimensão.

São cerca de 40 000 colunas de basalto, a maioria hexagonal, com 38 a 51 cm de diâmetro e até 25 m de comprimento que se encontram ao longo de 6 km junto à costa. Formaram-se há 50 - 60 milhões de anos e eu ainda não as vi....

Calçada de Gigante (Fonte: https://commons.wikimedia.org/)

Outro local que quero muito visitar é o Parque Nacional de Zhangjiajie, na China. Aqui, o que chama mais a atenção são os mais de 3000 pilares de arenito com mais de 200 m de altura. Numa destas colunas foi construída uma passadeira de vidro, que está a mais de 300 m acima do solo. 

Só de ver imagens fico com vertigens mas sei que não conseguiria lá estar e não passar por cima dela (se calhar de olhos fechados...).

Parque Nacional de Zhangjiajie (Fonte: https://commons.wikimedia.org/) 

Uluru fica quase no centro da Austrália. Já não vou a tempo de trepar esta magnífica rocha! Em 2019 vedarão a sua escalada. Para ser realista, nem sei se algum dia a verei. Fica tão longe...

Este é o maior monólito do mundo. É formado por arenito (arcose, para ser mais específica), com quase 350 m de altura, 2,5 km de comprimento e quase 10 km de perímetro. 

Uluru (Fonte: http://www.australiangeographic.com.au)

Apanhar um banhinho de sol na praia de Papakolea, no Havai, é um sonho de há anos. Eu sei que a areia talvez não seja tão verde como aparece nas fotografias mas tenho a certeza que, estando lá eu, se tornava! Os grãos de areia são de olivina, um mineral verde, e resultaram da erosão de material vulcânico, que na ilha não falta.

Praia de Papakolea (Fonte:https://i.pinimg.com/originals/)

Não sei da existência da "Onda" há muitos anos, mas esta rocha ilustrou um manual escolar que muito me diz. Esta formação rochosa fica no Canyon Paria-Vermilion (Arizona - EUA). É uma galeria de arenito rico em óxidos de ferro que lhe dão todas estas tonalidades. É claro que quando visitar esta formação rochosa não deixarei de ver outras que há na região.

The Wave (Fonte: https://commons.wikimedia.org)

Outro local cuja existência apenas soube há um par de anos é o Deserto Branco, no Egipto. O deserto possui uma coloração peculiar, que varia entre branco e o creme, resultante das formações  de calcário. Será um excelente lugar a visitar da próxima vez que for ao Cairo.

Rocha do Deserto Branco (Fonte: https://commons.wikimedia.org)

Finalmente, uma formação rochosa que só soube da sua existência há dois ou três dias. Fica no Lago Crowley (Califórnia - EUA) e a mim faz lembrar uma obra de Gaudi. São mais de 5000 pilares, alguns deles atingindo 9 m de altura, que cobrem cerca de 8000 metros quadrados, sendo o espaçamento entre si por volta dos 30 cm. Os estudos mostram que se formaram há cerca de 760 000 anos, o que significa que são muito recentes.
Pelo que li, a sua formação deverá estar relacionada com erosão de tufos vulcânicos (que grosso modo são rochas pouco densas resultantes da consolidação de fragmentos vulcânicos), por água resultante de neve aquecida.

Colunas do Lago Crowley (Fonte: http://www.lakescientist.com/)

Por agora são só estas as "pedrinhas" que quero ver. Tenho a certeza que a lista crescerá.


Artigos relacionados
Podem ler o relato de viagens com "pedras" aqui (parte 1), aqui (parte 2), aqui (parte 3) e aqui (parte 4).